Sobre ser pai de verdade e não de internet





É fácil ser pai de Facebook.


Difícil é acordar de madrugada para trocar a fralda e acalmar o bebê depois que a mãe amamenta.


É fácil sorrir pra foto no Facebook.


Difícil é criar um laço com seu filho desde a maternidade. Saber cuidar, acalentar, entreter e se segurar naquele pequeno fio de paciência quando o cansaço bate, mas a criança demanda atenção.


É fácil fazer declaração de amor pro filho no Facebook.


Difícil é acompanhar no pediatra, saber o nome dos remédios, o jeito certo de dar cada um, as reações do seu filho e segurar o choro na hora da vacina, enquanto tenta secar as lagrimas daquele serzinho que saiu a cara da sua mulher.


É fácil posar de pai perfeito na internet.


Difícil é ser companheiro da mãe. Dar a estrutura para que ela possa amamentar com calma e cuidar do filho tranquilamente quando você não pode estar por perto, dividir os cuidados, deixar a mãe descansar mesmo quando você acha que nunca sentiu tanto cansaço na vida. Incentivar que ela cuide da sua vida tanto quanto cuida da vida que vocês criaram. Entender o conceito de família e essa nova estrutura que vocês pertencem agora. Pesquisar, conversar, trocar informações, querer entender. Saber cada detalhe e centímetro daquele bebezinho. Identificar - ou tentar - os choros e a vontade de alguém que ainda não sabe falar. Perceber as mudanças sutis no dia a dia de comportamento e fisionomia. Simplesmente sorrir por ouvir a respiração tranquila do seu filho dormindo depois de um longo dia de trabalho - cuidando dele.



Tentar provar para os outros a sua felicidade por meio de uma foto na internet não é o que realmente faz com que sua vida seja plena. Pai de verdade cuida, divide cuidados, acalenta, acarinha, dá banho sem precisar da mãe, fica sozinho com o filho sem precisar de auxilio, conhece cada pedaço e expressão daquele serzinho que colocou no mundo. Pai de verdade deixa programas pra estar ao lado de sua família, inclui a família em sua vida social, a vida social em sua família, negocia horários de um jeito que não prejudique ninguém - ou ao menos tenta. Pai de verdade entende essa entrega que é criar uma nova família. Entende que é necessário em casa. Sabe se fazer necessário. Sabe não ser um peso, mas um porto seguro para seu filho e a mãe dele. Pai de verdade só falta amamentar.


Porque é fácil ser pai de Facebook. Difícil é ser pai. É perceber que ser pai não é simplesmente pagar contas ou brincar no fim de semana. Ser pai não é devolver para a mãe no primeiro choro. Até porque o filho também é seu, como você vai devolver algo seu? Ser mãe e pai não é fácil, mas não é difícil. Difícil é entender que seu papel nesse mundo louco da paternidade e maternidade depende exclusivamente de você e nem é tão difícil assim. Basta querer. 


Sobre a mãe deixar de existir quando o filho nasce







Não sei o que acontece, mas a partir do momento em que o filho nasce, acontece uma mágica: aquela mulher que estava grávida, que acabou de parir, desaparece. Não, não estou filosofando sobre a nova mulher que surge junto com o nascimento do bebê. Estou falando algo além: você meio que para de existir para muita gente.


Isso é um tanto quanto estranho quando você passou nove meses sendo qualquer coisa, menos invisível. Grávida é aquele ser que carrega um misto de luz com necessidades de cuidado e atenção, seja por estar gerando uma nova vida ou por estar andando parecendo um pinguim procurando seu par na Antártida. Você passa por uma fase na qual é extremamente paparicada, tem os seus desejos prontamente atendidos, fila preferencial e todos são cheios de dedos e cuidados com você, preocupados com sua saúde e bem estar. Então, aquele serzinho que você carrega há um tempo dentro de você, que você já conhece tão bem, faz a sua grande aparição para o mundo. Vocês se olham daquele jeito "oi então é você que estava me chutando esse tempo todo?", trocam um olhar cúmplice e continuam o seu laço, que já tinha sido criado há 40 semanas. Mas o mundo entende aquele serzinho como um novo ser humaninho pela primeira vez. Se encanta por aquele bebê. E esquece que, por trás, do lado e segurando ele no colo, tem uma mãe.


Uma mãe, diga-se de passagem, ainda cheia de hormônios. Só que dessa vez com tudo mais bagunçado dentro dela. Os hormônios doidos, o corpo com novas e estranhas formas, os peitos doendo, um cansaço que ela nunca havia experimentado antes. Uma vontade louca de proteger aquele serzinho, mas uma vontade grande também de ser protegida. De ser lembrada, ser levada em consideração, ser amparada. Seja com um copo de água ou com um "está conseguindo descansar um pouco?". Mas o mundo esquece dessa mãe. Afinal, há algo que inseriram na nossa cabeça de que as mães não se cansam, as mães nasceram pra isso e com algum instinto materno que faz com que abdiquem de tudo, até delas mesmas. Então, para que se preocupar com ela? Foi para isso que ela nasceu. É algo natural. Então para que perguntar se ela está bem? Se ela precisa de ajuda? Se ela quer um pouco de companhia de atenção?


O mundo repara na mãe quando nota seu cabelo despenteado, a roupa que cheira a pão de queijo de estrada - dá-lhe leitinho regurgitado -, as unhas sem fazer e o corpo que nem longe recuperou a antiga forma. "Nossa, mas seu bebê já tem 4 meses, como você ainda não emagreceu?" "Precisa fazer exercício" "Precisa se cuidar, seu marido vai arrumar outra". O mundo nota a mãe se percebe que o pai faz algo pelo bem estar daquela família. "Mas seu marido acorda de madrugada? Que absurdo, deixa ele descansar! Como ele vai render no trabalho?". Mas com o descanso da mãe, ninguém se importa. Com as pseudo refeições frias comidas rapidamente enquanto ela amamenta - com sorte-, com o dia corrido cuidando do bebê que, ao contrario do que dizem, não dormiu o dia inteiro. Alias, quem inventou a expressão "dormir como um bebê" definitivamente nunca conheceu um.


As mães cansam. As mães existem. E as mães também precisam de atenção. Afinal, mãe feliz, bebê feliz. E por mais prazeroso, doador e gratificante que seja cuidar de uma nova vida, a mãe continua sendo um ser humano que precisa de atenção e cuidados. Ela pode continuar na rotina louca de amamentação e danças malucas pela casa na tentativa de entreter um novo ser humano no mundo. Ela pode continuar na correria de buscar os filhos na escola e preparar o almoço enquanto pensa no lanche do dia seguinte. Ela continua com o coração cheio de amor por aquela nova vida que ela criou e a vontade de incluí-lo em todos os seus planos e só pensar em seu bem estar. Mas ela pode seguir muito mais feliz nessa empreitada se você esquecer os julgamentos e lembrar que ela continua existindo. Lembrar que por trás daquele coque no cabelo, existe um ser humano ainda cheio de vontades, por mais que a maior de todas hoje seja fazer um novo ser humano continuar saudável e feliz. Seja gentil, seja amigo, seja cuidadoso. As mães continuam precisando de cuidados.



Sobre as verdadeiras dificuldades em amamentar




Amamentar não é difícil, mas definitivamente não é fácil. É quase um ato de resistência. E não, não estou falando sobre peitos inchados, pesados, rachados ou sangrando. Não estou falando sobre dificuldades na pega ou no bebê aprender a mamar. A questão é além. Tem algumas coisas que ninguém te conta sobre a dificuldade de se amamentar.



A primeira coisa é que amamentar demanda disponibilidade. Esquece tudo o que falam sobre o bebe mamar a cada 3h. Isso não funciona para todos. Você só se alimenta a cada três horas? Tem sede com hora marcada? O bebê também não. E é por isso que tantas mães seguem a livre demanda: o bebê solicita, a mãe dá. Mas isso significa estar disponível para o bebê o tempo inteiro. Estar por perto para acalenta-lo quando ele precisar do afeto do seio materno. Acoplar a criança no peito o dia inteiro para viver: isso implica em escrever com o bebê no peito, almoçar com o bebê no peito, ver TV com o bebê no peito, para muitas mães, dormir com o bebê no peito. Claro, se você tiver uma rede de apoio e alguém para cuidar do bebê nos intervalos - por mais que eles sejam menores do que as históricas três horas - você pode tentar ter uma ou outra refeição quente. Mas estar disponível para amamentação em livre demanda significa também em receber as visitas em casa com os peitos de fora. Eu brinco que quando você vira mãe, você perde qualquer vergonha. Você pode armar o esquema que for para não expor o seio - nossa cultura ainda não lida muito bem com amamentação, seio só pode ser exposto para nudez recreativa -, mas pode ser uma situação desconcertante dependendo da visita ou do ambiente.


Então entramos em outra questão: amamentar em público. Antes de pensar em vergonha ou exposição, deixa eu te contar uma coisa: você precisa de roupas para amamentar. Roupas que te deixem a vontade, deixem o bebê a vontade e que facilitem na hora de amamentar: que abram rapidamente, fechem rapidamente e não te deixem desconfortável. Ah sim, se você não for uma artista global, muito provavelmente você ainda estará inchada, acima do peso e esse cenário vai demorar um pouco para passar. Então precisa de roupas que você, além de tdo, caiba. Além disso, você terá que lidar com os olhares alheios. Olhares curiosos, olhares maliciosos, olhares de reprovação, olhares cúmplices, olhares de aprovação. Confesso que é um tanto estranho amamentar em público e alguém decidir passar a mão na cabeça do seu neném enquanto isso. Ou olhar de perto porque "gosta de ver o bebê mamar". Realmente é uma cena linda ver aquela mini boquinha abrindo e fechando enchendo a pancinha, mas não necessariamente você fica a vontade com as pessoas observando tão de perto. A gente quer que a amamentação seja algo natural, mas calma que algumas coisas na vida ainda têm certos limites ou distâncias.



Amamentar também implica em receber constantemente opiniões alheias. O bebê esta mamando demais. Está mamando de menos. Levanta ele depois de mamar. Deixa ele dormir depois de mamar. Amamente deitada, é melhor pra você. Amamente sentada, ele vai ter otite. Depois dos seis meses o leite não serve de mais nada. Você só vai amamentar por seis meses? O Ministério da Saúde manda 2 anos. Amamentar é coisa de quem não tem dinheiro pra comprar fórmula. Dá mamadeira pra ele dormir a noite toda. Ele ta chorando, é cólica. O que você comeu? Deixa de comer chocolate que faz mal pra ele. Não se estressa que passa pro leite. Descansa pra ter leite. Nossa, você não cuida do seu bebê o tempo todo? Que espécie de mãe você é que para pra descansar? Você tem que amamentar a cada 3h. Você tem que dar peito o tempo todo. Você tem. Você deve. Você não deve. Por que você faz isso? Você é uma péssima mãe.



A amamentação é uma das primeiras empreeitadas que uma mãe enfrenta nesse mundo. É chegar com os pés na porta na terra do "todo mundo sabe cuidar do seu filho, menos você". É hora de encontrar toda a calma que você não tem no mundo e está ocupada lidando com seus hormônios desconcertados do pós parto para fazer aquilo que a natureza nos preparou: alimentar e acalentar nossos filhos. Porque apesar de enfrentarmos o cansaço, os olhares, os pitacos ou qualquer outro obstáculo, nada paga esse momento. É o primeiro capítulo da maternidade que ficará pra sempre marcado em sua mente: aquele momento em que a solução de todos os problemas do seu filho se encontra no calor do seu peito, os olhares se encontram, o sorriso se desmancha e você sabe que está simplesmente fazendo o certo. Porque amamentar não é fácil, mas é muito bom!


Sobre o cansaço das mães






Deixa eu te contar um segredo: as mães cansam. Sim, elas cansam. Ao contrario do que diz o senso comum de que mães são super mulheres que resolvem todos os problemas e trabalham 24h por dia sem descanso, elas são seres humanos normais. E cansam. E querem dormir. Querem ir ao banheiro. Tomar um banho relaxante ou almoçar vendo TV. As mães cansam, mas ninguém deixa que elas sintam ou assumam isso.


É preciso ter mais empatia com as mães. Essa história de que ser mãe é padecer no Paraíso é lenda urbana que criaram para aumentar a carga materna e deixar que quem pariu Matheus que o embale. É preciso de uma aldeia para se criar uma criança, mas todos voltam para sua oca quando percebem que esse trabalho demanda dedicação. E a mãe está sempre lá. A mãe sempre está lá porque a natureza é sábia: fez os bebês fofos o suficiente para não terem um choro negado e os peitos espertos o bastante para encher de leite ao primeiro resmungo.


A mãe vai lá, com as olheiras, o cansaço físico e mental, a dor no corpo que nem sabe mais onde começa ou termina, a vontade de fugir de tudo (mas levar o filho junto). A mãe vai lá porque sabe que aquele bebê depende dela. A mãe vai lá porque ela aprende a assumir o seu papel. A mãe vai lá porque o amor é gigante. O cansaço também, mas o amor é mais.


A mãe vai lá porque apesar do corpo que não se sustenta mais e dos olhos que se fecham sozinhos com o neném mamando, ela não se sente no direito de descansar. Ela aprendeu que ela é capaz, que ela pode, todas sempre fizeram, por que ela não faria? Por que justo ela se cansaria? Sua avó conseguiu cuidar de cinco, sua mãe de três, ela há de dar conta de um. Maldito daquele que inventou que ser mãe é padecer no Paraíso. Ela respira, sorri e vai. Porque aquele ser tão bochechudo e tão frágil precisa dela. Aquele ser de sorriso fácil não sabe como veio parar nesse mundo e enxerga nela todo o seu universo. Ela cansa. O corpo dói. Mas aquele olhar com aqueles olhinhos curiosos e esbugalhados, cheios de amor por ela, compensa. Aquele olhar de quem não enxerga suas olheiras, seu cabelo desgrenhado, seu corpo disforme, suas estrias. Para aquele serzinho, ela é sinônimo da perfeição. E aquilo enche seu coração cansado de amor.


Então a mãe continua, dia apos dia. Não se sente no direito de reclamar. Não se sente no direito de descansar. Sente como quase se não tivesse mais direitos. Como se suas vontades de nada mais valesse. Como se fosse anulada como ser humano: ela não é mais uma mulher, ela é mãe. E ai dela se ousar reclamar. É ingrata. Não enxerga o presente que ganhou. Não sabe enfrentar a realidade. Bebês são lindos. O filho está saudável. Por que ela reclama?


Mas as mães precisam de aval pra descansar. Precisam de uma rede de apoio que esteja lá por elas. Que olhe o bebê, que cuide delas. Que permita que elas se reencontrem como mulher. Como ser humano. Que não deixe que elas se anulem. Que faça com que elas entendam que para cuidar bem do bebê, elas precisam se cuidar. Precisam de um pai presente. Uma mãe que ajude. Uma sogra que não julgue. Um avô que ouça. É preciso ter mais empatia pelas mães. Porque as mães, elas cansam. E o mundo não precisa transformar o seu pequeno paraíso em um castigo por causa disso.






Sobre como é ter um bebê em casa



Se existe um termo que pode definir o que significa ter um bebê em casa, definitivamente esse termo é "intenso". Cuidar de um bebê não é fácil. Não é difícil. É intenso. Qualquer um sabe trocar uma fralda, qualquer um aprende a dar um banho ou uma mamadeira, mas cuidar de um bebê exige muito mais do que isso.


Para criar um novo ser humano, você se entrega. De corpo e alma. As vezes mais alma que corpo, as vezes mais corpo do que alma. É preciso calma, disposição, desprendimento e muita paciência para introduzir esse novo ser humano com cerca de três quilos a esse novo mundo. Atender os seus anseios. Estar à disposição para suprir todas as suas necessidades. O amor? Ele surge. Naquele momento em que você respira um pouco entre as mamadas, as fraldas, as tentativas de fazer dormir e o choro sem explicação que te corta o coração, você para pra analisar tudo aquilo. Você olha aquele serzinho que parece uma versão reduzida sua, não importa quem diga o contrário. Olha aqueles pequenos dedos, aquela mãozinha que te agarra como se a vidinha dele dependesse disso, a boquinha feliz ao mamar como se aquele leite fosse a melhor coisa do mundo. Você para, analisa e por um instante o seu coração transborda de amor. As vezes transborda ao ponto de cair pelos seus olhos. Você olha, sorri e admira aquela obra que você quem fez. Agradece a vida por ser tão bondosa com você. Não importa o cansaço nessa hora. As noites sem dormir. As festas que você perde ou as saídas que adia. Naquele instante você percebe que tudo é válido, pois manter aquela bolinha de leite saudável e respirando te parece mais importante do que assistir a um grande show internacional.


Então tudo recomeça e você passa a entender todos. Entende seus amigos com filhos e aquele cansaço que você achava que era exagero. Entende seu pais. Admira seus pais. Como seus pais conseguiram? Eles não tinham internet. Whatsapp para falar imediatamente com o médico. Facebook para tirar dúvidas. Google para te matar do coração. Mas eles conseguiram, conseguiram bem e você os admira ainda mais. Você cria novos laços com seus pais. Você enche mais uma vez o coração de amor ao ver seus pais se conectando com seu filho. A cara de orgulho. As lembranças da sua infância. O olhar de dever cumprido que eles demonstram ao pegar aquele pequeno ser no colo. A cara de espanto que te fazem ao perceberem, finalmente, que você cresceu.


Ter filho e viver a maternidade e a paternidade é uma escola integral que nada consegue se comparar. É um curso intensivo de como ser um melhor ser humano. Como evoluir. Como dar atenção para aquilo que realmente merece. Como se importar com outro ser humano mais do que com você mesmo. É uma lição de vida que não tem texto que explique, médico que auxilie ou amigo que te conte. Você precisa viver. Porque não é fácil, não é difícil, mas é intenso. E tudo o que é válido nessa vida é repleto de intensidade. E te transborda de amor.




Sobre a importância de se ter amigas verdadeiras durante a gravidez




Muitos conselhos se dão para grávidas e tentantes, mas um dos mais importantes, na minha opinião, todo mundo esquece. Eu vou aproveitar esse espaço aqui para isso: tenha amigas sinceras para te acompanhar nesse período de gravidez. 



Toda grávida precisa de mães recentes ou outras grávidas como amigas. É um universo diferente da família, diferente de conhecidos, diferente de fóruns de internet, médicos ou buscas no Google. São pessoas que você confia e tem total liberdade para dividir os anseios e felicidades desse período. É essencial para qualquer mulher que queira ser mãe ter pelo menos uma amiga de verdade que já passou recentemente por isso.



São as amigas verdadeiras que irão ser claras com você sobre como é esse período. Elas não irão romantizar a gravidez e a maternidade como nos filmes, novelas e séries. Também não irão demonizar, como virou moda na internet. Elas te mandarão a real. Com elas você vai saber que aquelas dores e incômodos são comuns antes mesmo da consulta médica. Antes mesmo de jogar no Google, porque tudo para o Google é câncer. Elas não conversarão com você apenas sobre os sintomas físicos. Elas serão o seu apoio psicológico. Elas entenderão quando você ficar atacada de hormônios e chorar porque surgiu uma pequena estria na barriga ou porque o marido não guardou o copo no lugar certo. Elas te dirão, com aquele jeito que só as amigas têm, quando você está pirando por causa da gravidez ou quando realmente tem razão. Elas ouvirão suas lamúrias sem te julgar ou achar que você está louca, afinal, acabaram de passar por aquilo e sabem que, além de "tudo isso passa", tudo o que a gente quer é um ombro amigo.



Com as amigas você conseguirá ter uma real perspectiva sobre como sua vida mudará. Como ter um filho poderá impactar no seu casamento e carreira. Você saberá as fases mais difíceis e ainda poderá tirar lições de como lidar com elas. Você terá um ombro amigo - mesmo que virtual - enquanto acorda de madrugada para amamentar ou até mesmo na gravidez, quando sua bexiga tem seu próprio fuso horário. Você terá ajuda na hora de trocar o seu filho em  um passeio ou quando precisará decidir entre ficar em casa ou voltar ao mercado de trabalho imediatamente. Porque elas te conhecem, elas não vão te julgar e vão tentar te aconselhar da melhor forma possível. Com as companhias certas, a gestação e a maternidade se torna um momento de maior crescimento e amadurecimento, e você vai chegar nessa fase sem qualquer tipo de susto, afinal, elas já te alertaram. Com essas amigas, você entende que passará por períodos de dificuldade na real intensidade deles, você sabe que a vida não será exatamente fácil o tempo todo, mas sabe que será recompensador e que a nova fase que se inicia definitivamente será a melhor da sua vida. E elas estarão lá, para te apoiar.



Além de todo o companheirismo, você se torna tia postiça de um monte de criança que irá crescer junto com o seu filho. Porque a amizade verdadeira não simplesmente traz apoio, mas passa gerações. E enquanto vocês discutem sobre melhor fralda, a melhor hora para voltar ao mercado de trabalho ou como fazer seu filho dormir a noite e aproveitar seu casamento, o tempo passa e logo vocês estarão buscando juntas aquele bando de bebês na balada. Porque com amizade tudo passa mais facilmente. Se é preciso de uma vila para se cuidar de uma criança, as amigas verdadeiras com certeza fazem parte dela. 


Oração do bebê que emociona todas as mães



Quando eu estava no começo da gravidez, lá pelas 7 semanas, uma amiga minha me passou o vídeo de uma música do YouTube "ouve isso que duvido que você não chore, é muito emocionante". Ela tinha acabado de ter bebê e disse que cantava todo dia essa música para ele, desde a gestação. Pensei "ok, vou ouvir", mas sem qualquer expectativa. Nunca fui uma pessoa de me emocionar muito com músicas, precisa(va) de muito para me fazer chorar. Depois de trinta segundos de música eu já estava a cara da grávida emocionada! Hahahahaha. Hoje, com 33 semanas, não tem uma vez que eu não coloque ou até leia a letra dessa música e não chore.



É uma música da Barbara Dias, chamada "Oração do Bebê". Passa pelos 9 meses da gestação, o eu lírico é o próprio neném contando para mãe cada momento. Ela identifica os períodos que passamos durante a gravidez e é impossível quem já engravidou na vida não se identificar com nada. Além de tudo, o ritmo é delicinha e a voz da cantora é muito boa. Aperta o play e se prepara para borrar a maquiagem loucamente.






Eu sei, essa música é mágica! <3


Nesse momento eu estou nessa fase:


"Oitavo mês aguenta
Que eu já to chegando
Só quero um jeito de te encontrar"

Passe para a sua amiga grávida que com certeza vai adorar! Para ter ideia, o vídeo tem mais de 20 milhões de visualizações! 


Até minha mãe que teve a última filha há 30 anos chorou! Hahahaah


Para acompanhar o canal da Bárbara, clica aqui,



Sobre ser preciso de uma vila para se criar uma criança




Dizem que é preciso de uma vila para se criar uma criança. Então por que a paternidade e a maternidade são tão solitárias hoje em dia?



Um fato é claro, nós nunca gostamos de gente se intrometendo na nossa vida. Chegamos ao ponto da nossa vida em sociedade onde todo mundo tem opinião sobre tudo - mas nunca pode ser sobre o nosso dia a dia. Não suportamos qualquer tipo de intromissão. Isso já começa quando estamos grávidas. Não importa a boa vontade da pessoa, se vier com conselho para cima da nossa barriga, já temos um pé atrás.



É comum a criança nascer e os pais se isolarem em seus cuidados. Há um tempo atrás, nem tanto tempo assim - podemos pensar até nos anos 90 -, era mais comum ter a presença constante de vizinhos e parentes dentro de nossa casa. Quando uma criança nascia, se tornava responsabilidade de todos. Os pais, obviamente, são os responsáveis mór. Mas era possível contar com os avós, tios, primos e vizinhos nos cuidados com aquele ser que estava começando a conhecer o mundo. Celular era coisa para poucos, internet não servia muito para lazer e a maioria dos contatos era feita por telefone ou pessoalmente. As pessoas estavam mais próximas fisicamente. 



Hoje em dia, falamos com todos o tempo todo. A distância virtual basicamente não existe. Mas a distância física está cada vez mais presente. As pessoas ficam sabendo que uma criança nasceu a partir de uma postagem do Facebook. Pedem notícias por whatsapp. Postergam cada vez mais fazer algum tipo de visita, afinal, recebem todos os dias atualizações sobre o desenvolvimento do bebê. Enquanto isso, a mãe e o pai veem seu mundo se fechar dentro da sua casa. Estão vivendo um momento especial, mas dividido com quase ninguém. A maternidade se torna algo solitário que mãe compartilha com grupos de desconhecidos nas redes durante sua licença, em uma tentativa de não surtar - ou de achar empatia e vivências semelhantes. O pai volta para esse universo cada vez mais tarde, em um mundo no qual é preciso se passar muito mais tempo do que se gostaria no trabalho. Seja por necessidade, seja por fuga do papel que ainda não aprendeu a assumir. E toda aquela aldeia que cuidava de uma criança na década de 90 não existe mais. Não conhecemos nossos vizinhos, os pais moram longe e têm sua vida pessoal para cuidar, os sogros você arranjou alguma briga no início na gravidez e mal visitam a criança. Nisso, sobra a mãe, sozinha nos cuidados com o bebê. Cheia de dúvidas que o universo virtual só ajuda a aumentar.



É preciso de uma vila para se criar uma criança pois educar um novo ser humano não é fácil. É preciso dedicação, cuidados, exemplos. É preciso amor, carinho e tempo. É preciso entender que o filho é nosso, mas o criamos para o mundo. Ele será cidadão do mundo assim que desgarrar da gente e precisa entender com diferentes pessoas como se portar. Em uma vila heterogênea, a criança aprende a reconhecer atitudes diversas, aprende a se portar, aprende a conviver. Em um universo formado apenas por seu pai e sua mãe, uma criança tem seu universo limitado tanto quanto seus pais têm seu convívio social. Se os pais precisam de alguém para dar uma força quando eles querem fazer programas de adulto, a criança precisa de alguém em quem possa confiar para ficar nesse tempo. É preciso entender que avós, tios, amigos e vizinhos são figuras essenciais na criação de uma criança. Abrir os campos, os olhos, os braços. Aceitar os abraços e as tentativas de ajuda daqueles que mesmo em um mundo cada vez mais distante e julgador, ainda querem apenas nos ajudar. Pois não há uma receita de bolo exata para se criar um filho, mas podemos deixar que cada um que faz parte de sua vidinha traga algum ingrediente para ajudar a dar liga. Pelo bem da criança, pelo bem os pais, pelo bem da humanidade. Deixe a vila ajudar a criar seu filho. Isso não é delegar. É simplesmente aceitar que o ser humano não foi feito para viver sozinho. 



Nick Carter e Emma Bunton ressuscitam Boy Bands

Calma, não é mais uma série zumbi.

Se você cresceu nos anos 90, com certeza pegou o boom das boybands e foi fã do seu primeiro contato com girl Power e feminismo na vida. Os anos 90 foram da música pop e os Backstreet Boys e as Spice Girls dominaram mundialmente as paradas, em uma época no qual se tinha muito trabalho para se divulgar uma música e vender CDs - afinal, a internet estava engatinhando e os primeiros sinais de música online vieram no fim dos anos 90 (oi napster!).




Se você sente falta disso, sabe que de algum jeito tem um canal americano tentando voltar com esse barulho. A ABC está produzindo o reality show Boybands, que vai usar o know how de Nick Carter (BSB) e Emma Bunton (Spice), ao lado de Rita Ora, para serem mentores de meninos tentantes a uma vaga na música pop atual.




Lembram do programa Popstar, do SBT, que nos anos 2000 nos trouxe Rouge e Broz? Sim, sim, sim, algo nesse esquema!



O reality começa nesta quinta-feira e ainda não tem sinal se algum canal brasileiro irá transmitir - transmite gente!! Mas sempre podemos acompanhar pela internet. Na página do Facebook do programa divulgaram um trecho do Nick ensinando a coreografia de Backstreet's Back para alguns meninos. Que momento mágico, mundo!


Qualquer novidade eu venho correndo contar, mas obviamente já sou #TeamNick sem nem saber como funciona direito hahahah.




Sobre a magia das avós



Uma das coisas mais mágicas que inventaram na vida foi as avós. As avós são seres especiais, quase mitológicos. Elas carregam uma magia com elas que permeia a nossa infância, ultrapassa a adolescência e chega na vida adulta com aquele sabor gostoso dos tempos em que éramos crianças. 



Casa de vó tem um imã delicioso e cheiro de comida gostosa. Pensar na avó te remete a um tempo da sua vida no qual você não tinha nenhuma preocupação. Eu tive a sorte de ser premiada por 24 anos e meio da minha vida com a presença da avó perfeita. Sabe aquelas avós de novela? Aquelas que são tão fofas que você não consegue pensar em perder a paciência mesmo no ápice de seus hormônios juvenis? Eu tive.



Minha avó sempre foi muito preocupada com os netos. Era o braço direito, esquerdo, as mãos e os pés da minha mãe e da minha tia, pau pra toda obra com o maior amor. Olhava os netos como se estivesse olhando os próprios filhos. Abria sua casa para as mais diversas brincadeiras. Participava das brincadeiras. Dava broncas quando necessário, porque naquela época ainda deixavam as avós darem broncas. Deixava a gente bagunçar o quintal, a sala, a varanda, o quarto. Só não podia bagunçar os santinhos, claro, que tanto a apoiavam em suas diversas rezas pela gente. Minha avó dava atenção, dava colo, dava doces. Aqueles doces de infância mesmo. Se minha infância tem sabor de dadinho, dan top e chocolates de guarda-chuvinha, é por causa dela. Lembro de abrir o saco com a minha irmã e dividir dadinho por dadinho para ninguém sair na desvantagem. Sempre sobrava um. Os donos do dadinho nunca pensaram que dois irmãos poderiam querer dividir aquele saco?



Mas minha avó sempre se preocupou com a nossa saúde. Como boa avó, tinha os bolsos cheio de doces e o armário cheio de bolacha waffer. Mas não sossegava enquanto todos não comiam toda a comida que estava na mesa. E comida de vó tem um sabor especial, mas sempre pensa no lado nutritivo - mesmo nos anos 90, quando ainda se era permitido comer carboidratos e sobremesa depois do almoço. Então era aquele prato com feijão, arroz, polenta e carne moída acompanhado de salada de alface e tomate que só sua avó sabia fazer e temperar. E os pratos especiais? Aquele prato que você pensa que é basicamente um segredo de família, mas que infelizmente ninguém mais teve a capacidade de herdar o dom? Faz cinco anos que eu não como o melhor nhoque do mundo. Não sei se é a batata, a mão de vó ou o amor em nutrir seus netos, mas a minha avó sempre foi a responsável pelo melhor nhoque do mundo. E mesmo comendo aquelas coisas todas gordas de avó, a gente teve uma infância saudável, feliz e dentro do peso. Talvez porque tínhamos uma casa de vó para correr. 



Enquanto você cresce, a sua avó se torna aquele ser importante em todas as fases da sua vida. Ela precisa estar nos seus aniversários, nas suas formaturas de colégio e faculdade, conhecer aquele seu primeiro namorado sério - e o aval dela conta muito nessa hora -, ser a primeira convidada do seu casamento e estar lá na primeira fila te vendo entrar de noiva. Porque ela costurou um relacionamento afetivo com você sua infância inteira, esteve ali perto na adolescência e se torna figura essencial na sua vida adulta. Ela cuidou de você, cozinhou, rezou, amou, torceu, comemorou. Ela foi sua mãe com açúcar e sempre teve orgulho da pessoa que você se tornou. Ela se enxergava em você e você se enxergava nela. Cinquenta anos separavam vocês, mas você sabia que em algum momento em sua linha do tempo, se identificaria com ela. 



E talvez por isso perder a avó seja a primeira grande perda que temos na vida, quando as coisas acontecem de modo natural. A avó consegue ser uma figura tão humana e tão celestial ao mesmo tempo que é como se você sempre soubesse que um dia isso aconteceria, mas nunca esperava que esse dia chegasse. Porque você pode ter crescido, mas nunca é maduro o suficiente para lidar com a distância física de uma pessoa que se fez tão presente na sua vida. Sem tocar, sem abraçar, sem beijar. Você sabe que é a ordem natural das coisas. Mas não consegue não ser egoísta ao ponto de achar injusto perder esse ser tão importante no seu dia a dia. O tempo passa, a dor diminui, a saudade fica. A saudade fica e traz a certeza que a semente do amor plantada por aquela senhorinha simpática que tanto carinho tinha pela sua família permanece. E de certo modo, a figura dela continua presente. Porque avós são seres celestiais. E são eternas. Quase seres mitológicos. E ninguém consegue apagar da nossa vida uma das figuras mais importantes da nossa infância.





Homenagem a Dona Paula, melhor vó do mundo, que há cinco anos cuida da gente lá de cima! <3


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Seguidores

Atenção

Debaixo do Guarda-Chuva é um site de entretenimento e lifestyle. A reprodução do conteúdo do site é permitida, com os devidos créditos. Se tiver alguma dúvida entre em contato com blogdebaixodoguardachuva@gmail.com.

Manifeste-se

Dúvidas, sugestões, reclamações, elogios, desabafos e nudes, envie e-mail para blogdebaixodoguardachuva@gmail.com

Debaixo do Guarda-Chuva Copyright © 2013 - Designer by Papo Garota,Programação Emporium Digital, Logo, Banner e Identidade Visual Studio Grazie