Mostrando postagens com marcador maes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador maes. Mostrar todas as postagens

Sobre a mãe deixar de existir quando o filho nasce







Não sei o que acontece, mas a partir do momento em que o filho nasce, acontece uma mágica: aquela mulher que estava grávida, que acabou de parir, desaparece. Não, não estou filosofando sobre a nova mulher que surge junto com o nascimento do bebê. Estou falando algo além: você meio que para de existir para muita gente.


Isso é um tanto quanto estranho quando você passou nove meses sendo qualquer coisa, menos invisível. Grávida é aquele ser que carrega um misto de luz com necessidades de cuidado e atenção, seja por estar gerando uma nova vida ou por estar andando parecendo um pinguim procurando seu par na Antártida. Você passa por uma fase na qual é extremamente paparicada, tem os seus desejos prontamente atendidos, fila preferencial e todos são cheios de dedos e cuidados com você, preocupados com sua saúde e bem estar. Então, aquele serzinho que você carrega há um tempo dentro de você, que você já conhece tão bem, faz a sua grande aparição para o mundo. Vocês se olham daquele jeito "oi então é você que estava me chutando esse tempo todo?", trocam um olhar cúmplice e continuam o seu laço, que já tinha sido criado há 40 semanas. Mas o mundo entende aquele serzinho como um novo ser humaninho pela primeira vez. Se encanta por aquele bebê. E esquece que, por trás, do lado e segurando ele no colo, tem uma mãe.


Uma mãe, diga-se de passagem, ainda cheia de hormônios. Só que dessa vez com tudo mais bagunçado dentro dela. Os hormônios doidos, o corpo com novas e estranhas formas, os peitos doendo, um cansaço que ela nunca havia experimentado antes. Uma vontade louca de proteger aquele serzinho, mas uma vontade grande também de ser protegida. De ser lembrada, ser levada em consideração, ser amparada. Seja com um copo de água ou com um "está conseguindo descansar um pouco?". Mas o mundo esquece dessa mãe. Afinal, há algo que inseriram na nossa cabeça de que as mães não se cansam, as mães nasceram pra isso e com algum instinto materno que faz com que abdiquem de tudo, até delas mesmas. Então, para que se preocupar com ela? Foi para isso que ela nasceu. É algo natural. Então para que perguntar se ela está bem? Se ela precisa de ajuda? Se ela quer um pouco de companhia de atenção?


O mundo repara na mãe quando nota seu cabelo despenteado, a roupa que cheira a pão de queijo de estrada - dá-lhe leitinho regurgitado -, as unhas sem fazer e o corpo que nem longe recuperou a antiga forma. "Nossa, mas seu bebê já tem 4 meses, como você ainda não emagreceu?" "Precisa fazer exercício" "Precisa se cuidar, seu marido vai arrumar outra". O mundo nota a mãe se percebe que o pai faz algo pelo bem estar daquela família. "Mas seu marido acorda de madrugada? Que absurdo, deixa ele descansar! Como ele vai render no trabalho?". Mas com o descanso da mãe, ninguém se importa. Com as pseudo refeições frias comidas rapidamente enquanto ela amamenta - com sorte-, com o dia corrido cuidando do bebê que, ao contrario do que dizem, não dormiu o dia inteiro. Alias, quem inventou a expressão "dormir como um bebê" definitivamente nunca conheceu um.


As mães cansam. As mães existem. E as mães também precisam de atenção. Afinal, mãe feliz, bebê feliz. E por mais prazeroso, doador e gratificante que seja cuidar de uma nova vida, a mãe continua sendo um ser humano que precisa de atenção e cuidados. Ela pode continuar na rotina louca de amamentação e danças malucas pela casa na tentativa de entreter um novo ser humano no mundo. Ela pode continuar na correria de buscar os filhos na escola e preparar o almoço enquanto pensa no lanche do dia seguinte. Ela continua com o coração cheio de amor por aquela nova vida que ela criou e a vontade de incluí-lo em todos os seus planos e só pensar em seu bem estar. Mas ela pode seguir muito mais feliz nessa empreitada se você esquecer os julgamentos e lembrar que ela continua existindo. Lembrar que por trás daquele coque no cabelo, existe um ser humano ainda cheio de vontades, por mais que a maior de todas hoje seja fazer um novo ser humano continuar saudável e feliz. Seja gentil, seja amigo, seja cuidadoso. As mães continuam precisando de cuidados.



Sobre o dia das mães da mãe da grávida




Muito se fala sobre a mãe da mãe, mas pouco se é dedicado sobre a mãe da grávida. A mãe da grávida é uma entidade diferente. Ela não é simplesmente uma avó em formação, realizando seus sonhos de ter seus netos. A mãe da grávida é alguém que está vendo sua filha passar por uma série de transformações e quer fazer de tudo para ajudar.



Mãe tem uma coisa que nunca muda: quer sempre poupar os filhos. Quer estar um passo a frente, proteger do mundo, livrar de todo mal. Com a mãe da grávida, isso se triplica. Ela passa pelo misto de ver a sua filha crescendo, se transformando em uma mulher como ela, e a vontade de poupá-la de todo o sofrimento. Porque não importa a idade da filha, ela sempre será aquela menina de cabelos longos e joelhos ralados que equilibrava uma tiara na cabeça. Mas agora, a mãe da grávida não pode colocar um curativo no seu joelho, dar um beijinho e dizer que vai ficar tudo bem. Então ela protege a filha como pode: ela pergunta de sua saúde, faz seus pratos preferidos, dá conselhos, mima o quanto consegue. Ela sabe todas as alegrias e dissabores que a maternidade pode trazer, e quer preparar a sua filha para isso. Com a experiência que só uma mãe tem e o tato que só a mãe da grávida pode possuir. Porque ela sabe que com uma grávida, não basta aconselhar. Tem que ser feito com amor. Afinal, a grávida não ouve qualquer um. Mas a sua mãe, com certeza ela ouve. 



A mãe da grávida relembra dela mesma enquanto vê a filha passar por todo aquele turbilhão de gerar uma nova vida. Lembra como foi quando engravidou, os enjoos que sentiu, os planos e vontade que tinha, como encarava o mundo e o que queria que fizessem para ela. Tenta colocar em prática aquilo que gostaria de ter vivido. Compra as roupas que não pode comprar, tem os cuidados que não tiveram com ela. Aconselha, revive, relembra. Tenta se manter numa distância segura, pois nunca gostou de ninguém pegando no seu pé. Mas tenta se mostrar sempre presente, pois sabe que a maternidade pode ser algo solitário e não quer que a filha passe por isso. 



A mãe da grávida se realiza por se enxergar na filha. Ela vê a filha passando por tudo o que ela passou. Ela vê um novo fruto da sua árvore surgindo. Ela se imagina brincando com o neto, fazendo as coisas que não conseguiu com os filhos, distribuindo amor. Mas principalmente, se imagina auxiliando sua filha. Não quer ser invasiva. Quer apenas o seu espaço de avó. Mas sem deixar de lado o seu papel de mãe. Porque enquanto todos estão preocupados com a vida chegando, a mãe da grávida se preocupa genuinamente com quem está carregando essa vida. Pois sabe que a maternidade pode ser solitária, mas quer que a filha saiba que ela não precisa passar por tudo isso sozinha. Pois as mães sempre estão presentes para proteger sua prole de todo mal, para amar, para dar carinho e mimos. E quando sua filha está grávida, esse cuidado só aumenta. Porque ela não é simplesmente uma grávida. É um pedaço seu gerando uma nova vida. É a sua filha carregando o seu neto. É a sua filha grávida e você exala mais amor nessa vida do que imaginava que pudesse sentir. E isso é só o começo.




Um feliz dia das mães para todas a mães, para as mães com bebês na barriga e para as mães das mães com bebês na barriga. Especialmente para minha mãe, que desde sempre é uma super mãe e com certeza será uma super avó! <3


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Informações

Todas as imagens que aparecem no site são reproduções de outros sites e o Debaixo do Guarda-Chuva não reivindica nenhum crédito para si, a não ser que especificado. Se você (ou sua empresa) possui os direitos de alguma imagem e não quer que ela apareça no Debaixo do Guarda-Chuva entre em contato e ela será removida.

Seguidores

Atenção

Debaixo do Guarda-Chuva é um site de entretenimento e lifestyle. A reprodução do conteúdo do site é permitida, com os devidos créditos. Se tiver alguma dúvida entre em contato com blogdebaixodoguardachuva@gmail.com.

Manifeste-se

Dúvidas, sugestões, reclamações, elogios, desabafos e nudes, envie e-mail para blogdebaixodoguardachuva@gmail.com

Debaixo do Guarda-Chuva Copyright © 2013 - Designer by Papo Garota,Programação Emporium Digital, Logo, Banner e Identidade Visual Studio Grazie