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Sobre ser pai de verdade e não de internet





É fácil ser pai de Facebook.


Difícil é acordar de madrugada para trocar a fralda e acalmar o bebê depois que a mãe amamenta.


É fácil sorrir pra foto no Facebook.


Difícil é criar um laço com seu filho desde a maternidade. Saber cuidar, acalentar, entreter e se segurar naquele pequeno fio de paciência quando o cansaço bate, mas a criança demanda atenção.


É fácil fazer declaração de amor pro filho no Facebook.


Difícil é acompanhar no pediatra, saber o nome dos remédios, o jeito certo de dar cada um, as reações do seu filho e segurar o choro na hora da vacina, enquanto tenta secar as lagrimas daquele serzinho que saiu a cara da sua mulher.


É fácil posar de pai perfeito na internet.


Difícil é ser companheiro da mãe. Dar a estrutura para que ela possa amamentar com calma e cuidar do filho tranquilamente quando você não pode estar por perto, dividir os cuidados, deixar a mãe descansar mesmo quando você acha que nunca sentiu tanto cansaço na vida. Incentivar que ela cuide da sua vida tanto quanto cuida da vida que vocês criaram. Entender o conceito de família e essa nova estrutura que vocês pertencem agora. Pesquisar, conversar, trocar informações, querer entender. Saber cada detalhe e centímetro daquele bebezinho. Identificar - ou tentar - os choros e a vontade de alguém que ainda não sabe falar. Perceber as mudanças sutis no dia a dia de comportamento e fisionomia. Simplesmente sorrir por ouvir a respiração tranquila do seu filho dormindo depois de um longo dia de trabalho - cuidando dele.



Tentar provar para os outros a sua felicidade por meio de uma foto na internet não é o que realmente faz com que sua vida seja plena. Pai de verdade cuida, divide cuidados, acalenta, acarinha, dá banho sem precisar da mãe, fica sozinho com o filho sem precisar de auxilio, conhece cada pedaço e expressão daquele serzinho que colocou no mundo. Pai de verdade deixa programas pra estar ao lado de sua família, inclui a família em sua vida social, a vida social em sua família, negocia horários de um jeito que não prejudique ninguém - ou ao menos tenta. Pai de verdade entende essa entrega que é criar uma nova família. Entende que é necessário em casa. Sabe se fazer necessário. Sabe não ser um peso, mas um porto seguro para seu filho e a mãe dele. Pai de verdade só falta amamentar.


Porque é fácil ser pai de Facebook. Difícil é ser pai. É perceber que ser pai não é simplesmente pagar contas ou brincar no fim de semana. Ser pai não é devolver para a mãe no primeiro choro. Até porque o filho também é seu, como você vai devolver algo seu? Ser mãe e pai não é fácil, mas não é difícil. Difícil é entender que seu papel nesse mundo louco da paternidade e maternidade depende exclusivamente de você e nem é tão difícil assim. Basta querer. 


Sobre a decisão de se colocar uma criança nesse mundo



Eu não sei dizer exatamente quando a gente decide trazer uma criança ao mundo. Nem quando a gente percebe - ou acha que percebe - que está pronto para educar outro ser humano. A gente coloca prazos, limites, condições e expectativas na nossa vida que não necessariamente significam alguma coisa. Talvez seja para nos sentirmos mais seguros, sei lá. "Vou ter filho depois dos 30". "Preciso viajar para tal e tal lugar". "Tenho que fazer três pós-graduações antes". No fundo a gente sabe que filho não é limitador assim e que você continua vivendo depois de tê-lo. As prioridades mudam, mas você pode ter a sua vida, somente organizada de um outro jeito. Mas talvez seja esse nosso egoísmo e essa nossa necessidade de nos colocarmos como prioridade que nos faz pensar tanto em ter um bebê.



Aqui levamos 12 anos. Foram 12 anos sabendo que um dia esse dia chegaria, sabendo que teríamos um rebento correndo pela casa, construindo uma relação que se transformaria oficialmente em uma família um dia. Foram 12 anos vivendo, conhecendo lugares, pessoas, festas, músicas, comidas, guardando dinheiro, gastando dinheiro, investindo no futuro, com medo do futuro, fazendo planos, mudando planos, mantendo planos. Doze anos e a decisão foi oficializada em uma conversa de menos de cinco minutos. Porque quando se divide tanto da sua vida com alguém, as decisões são mais fáceis do que se parecem no campo das ideias. No fundo tudo é bem simples, nós temos a triste mania de complicar.



Eu costumo enxergar a vida como um vídeo-game. Acho que enfrentamos novas fases, desafios, armadilhas, recebemos alguns prêmios, coletamos moedinhas e ups, tudo para evoluir e chegar na próxima etapa. Não sei se alguma hora resgataremos uma princesa no castelo ou enfrentaremos um poderoso chefão, mas a cada fase estamos mais fortes e preparados para o desafio que vem a seguir. Claro, tem os que usam atalhos para vencer os desafios, que pulam fases, que desistem no primeiro cano aberto, mas é importante não ficar preso sempre na mesma fase e aprender as lições para não cair nas mesmas armadilhas. Assim, nos fortalecemos e não há chefão que nos trave. 



Há alguma coisa na relação a dois que faz com que a gente saiba que chegou a hora. Talvez sejam as lições aprendidas nas outras etapas. Talvez seja a maturidade. Talvez seja o companheirismo. Mas você chega naquele momento em que sabe que um bebê não atrapalharia em nada a vida de vocês. Você sabe que não significa que lhes falte algo, e sim simplesmente que irá chegar alguém que já fazia parte dessa relação. Porque assim como não devemos tentar nos completar com um parceiro, não devemos colocar todas as nossas expectativas em um filho. Um filho vem para somar, vem para te propor novos desafios, para lhe trazer novas lições. Ele não deve ser um empecilho, ele não deve ser a resposta dos seus problemas. É algo tão natural que ele está apenas ocupando um espaço que desde sempre esteve preparado para ele. E toda essa naturalidade e amor que foram criados com o passar dos anos faz com que aqueles dois risquinhos no palito se tornem a confirmação de algo que você já sabia: chegou a hora dele chegar na vida de vocês!



A partir de hoje irei dividir com vocês posts sobre a gestação e a maternidade. Dúvidas, reflexões, piadas - por que não? - e tudo que permeia esse novo mundinho que eu entrei. Aqui e no instagram (debaixodoguardachuva). Gritem por sugestões e vamos passar por essa nova etapa juntos! :)


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