Sobre a decisão de se colocar uma criança nesse mundo



Eu não sei dizer exatamente quando a gente decide trazer uma criança ao mundo. Nem quando a gente percebe - ou acha que percebe - que está pronto para educar outro ser humano. A gente coloca prazos, limites, condições e expectativas na nossa vida que não necessariamente significam alguma coisa. Talvez seja para nos sentirmos mais seguros, sei lá. "Vou ter filho depois dos 30". "Preciso viajar para tal e tal lugar". "Tenho que fazer três pós-graduações antes". No fundo a gente sabe que filho não é limitador assim e que você continua vivendo depois de tê-lo. As prioridades mudam, mas você pode ter a sua vida, somente organizada de um outro jeito. Mas talvez seja esse nosso egoísmo e essa nossa necessidade de nos colocarmos como prioridade que nos faz pensar tanto em ter um bebê.



Aqui levamos 12 anos. Foram 12 anos sabendo que um dia esse dia chegaria, sabendo que teríamos um rebento correndo pela casa, construindo uma relação que se transformaria oficialmente em uma família um dia. Foram 12 anos vivendo, conhecendo lugares, pessoas, festas, músicas, comidas, guardando dinheiro, gastando dinheiro, investindo no futuro, com medo do futuro, fazendo planos, mudando planos, mantendo planos. Doze anos e a decisão foi oficializada em uma conversa de menos de cinco minutos. Porque quando se divide tanto da sua vida com alguém, as decisões são mais fáceis do que se parecem no campo das ideias. No fundo tudo é bem simples, nós temos a triste mania de complicar.



Eu costumo enxergar a vida como um vídeo-game. Acho que enfrentamos novas fases, desafios, armadilhas, recebemos alguns prêmios, coletamos moedinhas e ups, tudo para evoluir e chegar na próxima etapa. Não sei se alguma hora resgataremos uma princesa no castelo ou enfrentaremos um poderoso chefão, mas a cada fase estamos mais fortes e preparados para o desafio que vem a seguir. Claro, tem os que usam atalhos para vencer os desafios, que pulam fases, que desistem no primeiro cano aberto, mas é importante não ficar preso sempre na mesma fase e aprender as lições para não cair nas mesmas armadilhas. Assim, nos fortalecemos e não há chefão que nos trave. 



Há alguma coisa na relação a dois que faz com que a gente saiba que chegou a hora. Talvez sejam as lições aprendidas nas outras etapas. Talvez seja a maturidade. Talvez seja o companheirismo. Mas você chega naquele momento em que sabe que um bebê não atrapalharia em nada a vida de vocês. Você sabe que não significa que lhes falte algo, e sim simplesmente que irá chegar alguém que já fazia parte dessa relação. Porque assim como não devemos tentar nos completar com um parceiro, não devemos colocar todas as nossas expectativas em um filho. Um filho vem para somar, vem para te propor novos desafios, para lhe trazer novas lições. Ele não deve ser um empecilho, ele não deve ser a resposta dos seus problemas. É algo tão natural que ele está apenas ocupando um espaço que desde sempre esteve preparado para ele. E toda essa naturalidade e amor que foram criados com o passar dos anos faz com que aqueles dois risquinhos no palito se tornem a confirmação de algo que você já sabia: chegou a hora dele chegar na vida de vocês!



A partir de hoje irei dividir com vocês posts sobre a gestação e a maternidade. Dúvidas, reflexões, piadas - por que não? - e tudo que permeia esse novo mundinho que eu entrei. Aqui e no instagram (debaixodoguardachuva). Gritem por sugestões e vamos passar por essa nova etapa juntos! :)


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