Somos meio que maníacos por Michael Jackson
Trabalhei nos anos mais intensos da minha vida profissional ao lado do Danilo. Literalmente ao lado. Não sei quando necessariamente ele me contou sobre a vida pessoal dele. Acho que foi tão natural quanto eu contar que tinha acabado de ficar noiva quando o conheci. O lance é que o Danilo é uma daquelas pessoas que todo mundo quer ser amigo. Sabe uma pessoa sempre pra cima, que ouve as histórias de todo mundo, que canta músicas bregas com você, dança até o fim nas festas, excelente profissional (praticamente minha versão de barba no jornalismo), filho exemplar, irmão coruja e uma pessoa politicamente esclarecida, o que é difícil hoje em dia? Ele é um desses.
Danilo, assim como eu, é muito bem casado. Ele está há anos com o Tiago, outro jornalista dessa espécie rara que citei umas linhas para cima e com quem também trabalhei. Ah, sim, ele é gay. E eu estou contando isso pois quero dividir com vocês isso aqui: esse texto brilhante que ele fez, junto com um amigo, para o site Papo de Homem.
Danilo, assim como eu, é muito bem casado. Ele está há anos com o Tiago, outro jornalista dessa espécie rara que citei umas linhas para cima e com quem também trabalhei. Ah, sim, ele é gay. E eu estou contando isso pois quero dividir com vocês isso aqui: esse texto brilhante que ele fez, junto com um amigo, para o site Papo de Homem.
Danilo contou em um texto sincero e extremamente autoral como foi contar para um de seus melhores amigos que ele é gay. Ele também contou como foi revelar para sua mãe e irmã sobre sua sexualidade. Deixo um trechinho para vocês, o texto inteiro vocês prestigiam no link original.
"Até que chegou o (pra mim, tão esperado) dia de contar para minha mãe, minha melhor amiga (que é como nós nos definimos desde sempre). “Mãe, vem cá, quero levar um papo sério com você”, intimei-a. Ela não imaginava o que estava por vir. Sentados na minha cama, fiz questão de contar minha história em ordem cronológica. “Lembra ‘tal coisa’, mãe”, “Sabe quando eu fiz aquilo”, “Nunca passou pela sua cabeça que eu pudesse ser gay?”. Ela arregalou os olhos e não falou nada! Eu cheguei a ser enérgico questionando porque nunca me ajudaram a me descobrir. Ainda tenho dúvidas se isso é possível. Mais tarde entendi que ela quis me dar o espaço que eu pedia. Nessa altura, eu já namorava o Ti (sim, foi bem rápido até esse amor acontecer). A conversa com a minha mãe durou mais de 3 horas. Era praticamente um monólogo!
O link foi extremamente compartilhado e virou um vídeo no canal de youtube Mari Zen.
No dia seguinte, seguimos nossas vidas normalmente. Eu, um pouco encanado com o silêncio, esperava que ela falasse algo. Qualquer coisa que me garantisse que ela ainda me amava. Injustiça minha. Um belo dia, uma semana depois talvez, recebo um e-mail: “Dan, não pense que não estou dando importância para seus sentimentos, estou em silêncio apenas para reunir todas as forças necessárias para eu te proteger de qualquer coisa”. Eu não esperava menos! Nem respondi a esse e-mail, apenas me emocionei. Desde então minha vida, claro, tem muita importância para ela e o Ti é tratado há quase 9 anos como filho.
Uns dias depois, eu chamei minha irmã para conversar. Ela, que é 10 anos mais nova que eu, na época tinha apenas oito. Ela entendeu o que seria o papo. Fugiu. Mas numa terça-feira qualquer, ao chegar do trabalho e abrir a porta do meu guarda-roupas, me deparo com um bilhete curto: “Dan, eu já sei o que você quer conversar comigo! Não precisa. Não importa quem você seja, o que faz. Vou te amar para sempre”. Até hoje me emociono ao lembrar dessas palavras. "
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Quis compartilhar aqui por um simples motivo: a vida deve ser levada com a leveza necessária para sermos felizes. E para isso, devemos aceitar a verdade do outro como ele quer e precisa vivê-la. Torço pelo dia que a sexualidade do amiguinho seja algo tão normal quanto escovar os dentes (pelo amor de Deus, me diga que você escova os dentes) e que todos passem a entender que todos nós temos o direito de sermos felizes com aquilo que nos faz felizes. Eu, com minha vida padrão. Você, com sua vida padrão. E o Dan, com a vida padrão dele. Porque "ninguém merece viver na escuridão". E a gente precisa aprender a enxergar o outro sem preconceito. Entender que quem faz nosso padrão somos nós. E que se o seu colega de trabalho é gay, você só deve é torcer para que ele ache um bom parceiro e seja extremamente feliz em sua vida. Afinal, não merecemos menos do que a nossa felicidade! :)
Não disse que a gente dança até o fim nas festas? Ah, esse é meu casamento rs.
ps: em 2010 escrevi esse texto para o Cai Muita Garoa sobre "Drogado ou Gay? Como você prefere seu filho?". Seis anos depois, o cenário continua o mesmo.
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