Se você não esteve em Marte nos últimos tempos, muito provavelmente ouviu falar no caso do MC Biel x repórter em uma pauta. Aliás, foi tão bizarro que até se você estava em Marte deve saber disso. Para fazer de uma história doída mais rápida: o cantor que atende pelo nome de Biel assediou uma jornalista que o entrevistava durante uma coletiva. E nada de cantadas leves não. Foi em um nível inacreditável para um menino de 20 anos que deveria ser fruto de uma geração mais aberta. Ele teve a capacidade de mandar para a repórter, na frente de todos, frases poéticas como "te quebraria no meio" e se referir a ela como "gostosinha". De uma inteligência ímpar para alguém que tem uma química louca e do além. Tudo, obviamente, foi gravado e documentado, afinal, era um lugar cheio de jornalistas. Era uma entrevista. Um trabalho. Então tudo estava sendo gravado.
A repórter fez algo que pouca gente faz nessa hora, tamanho o constrangimento: denunciou Biel por assédio. Outras histórias sobre o cantor apareceram e o portal que a repórter representava, o IG, afirmou que daria todo o apoio para a garota de 21 anos. Crime denunciado e amplamente divulgado na mídia, o que acontece? A repórter é demitida.
Assédio é uma coisa séria e muito presente na vida das profissionais mulheres. Se você pensar bem, vai lembrar de pelo menos uma situação de assédio que você vivenciou em sua carreira. A coisa está tão naturalizada em nossa sociedade machista que é capaz de você ter achado que "não foi nada". Mas foi. Foi assédio e a gente não deve mais tolerar esse tipo de coisa. Pensando nisso e em suporte à colega assediada e demitida, um grupo de jornalistas se reuniu para fazer uma campanha contra o assédio.
O movimento #jornalistascontraoassédio está só começando e você pode ajudar a disseminar a ideia. Aproveite o tópico e empodere as mulheres na sua profissão também. Seja você jornalista, professora, médica, enfermeira, secretária, fisioterapeuta, engenheira, estagiária, diretora, com certeza já sofreu alguma história de assédio pelo simples fato de ser mulher. Não vamos mais nos calar e vamos buscar o nosso espaço também no mundo corporativo. Porque a gente merece ser respeitada, como qualquer profissional. Vamos jogar essa ideia para frente?
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