Sobre a magia das mães





Mãe é uma coisa mágica.


Quando a gente nasce, ela é todo o nosso mundo.
Quando a gente é criança, ela é nossa super-heroína.
Mas a situação fica mais interessante quando a gente cresce: ela vira humana.


E mãe humana é uma coisa quase difícil de entender. Ninguém nunca irá tirar da nossa cabeça que nossa mãe é nosso mundo e uma super-heroína. Não importa onde você esteja e com quantos anos você esteja, mas sua mãe sempre vai parecer ser e ter a solução de todos os problemas da humanidade. A gente não assume, a gente não dá o braço a torcer, a gente puxou aquele orgulho dela de não assumir a verdade dos outros, mas não importa o quanto tempo passe, a gente sempre precisa da nossa mãe. Mesmo não precisando.


Quando você cresce, descobre que sua mãe tem falhas. Sim, ela erra. Ela é um ser humano e comete erros. Alguns erros podem nos atingir, outros atingem ela mesma e esse é o mais difícil de todos. Porque quando percebemos a fragilidade das mães, queremos protegê-las como se elas fossem um pedaço de nós, e não nós um pedaço delas. Nossas mães não podem sofrer. Ninguém, nem elas mesmas, podem fazer ela sofrer. Aquele instinto protetor que ela tanto usou na gente floresce e queremos devolver de alguma forma. Ficamos bravos, brigamos, e queremos que nossa mãe fique bem. Porque a gente entra em choque quando descobrimos que nossa mãe é humana. Não é fácil lidar com esse fato novo na vida adulta. A mãe, uma pessoa normal? Cadê os poderes dela? Afinal, descobrindo que a mãe é humana, descobrimos que ela não dura para sempre. E essa é uma das maiores infelicidades dessa vida. E então começam as preocupações. Mãe, você tá comendo direito? Mãe, tá fazendo exercício? Mãe, foi no médico que eu marquei pra você? Mãe, a senhora está dormindo bem? A gente se preocupa, porque a gente tem medo. O medo que nossa mãe tinha de nos perder no supermercado é o medo que a gente tem de perder ela desse mundo. Porque a gente não quer ficar sem o nosso mundo.


Quando você cresce, você descobre as semelhanças. Você descobre que virou um espelho da sua mãe. Se vê dirigindo, cozinhando, trabalhando e comendo como você observava sua mãe fazer. Você aprendeu com ela, você virou ela. Em uma versão mais aprimorada. Com toques do seu pai. E falhas do seu indivíduo. Toda versão tem algum bug! Você reclama de ações dela que você repete dali a cinco segundos com a sua família, no trabalho, com amigos. Porque você não puxou só os olhos e a capacidade de persuasão da sua mãe. Você puxou a teimosia e outros tantos defeitos que você nem percebe que são defeitos.


Você passa a ter mais empatia pela sua mãe. Você, que aos 28 anos se acha uma pós-adolescente incapacitada de manter uma flor viva, lembra que na mesma idade a sua mãe cuidava de duas filhas, um passarinho, um cachorro e uma casa. E sobreviveu. E devia cansar. E devia ter suas dúvidas. E seus medos. E suas angústias. E quantas vezes ela não se perguntou se estava fazendo o certo? Quantas vezes ela não duvidou da própria capacidade? Quantas vezes ela não sentiu o peso da responsabilidade? Como ela conseguiu? Mas ela sobreviveu. Ela enfrentou. Ela teve forças e não baixou a guarda. Porque mães são mágicas. Super-heroínas capazes de proteger o mundo do filho no olho de um furacão sem demonstrar qualquer arranhão. E você sente empatia. Você se sente grata. Você sente muito por não demonstrar sempre a importância dela no seu mundo. Mas é que você não percebia. E hoje pensa o que poderia ter feito para mostrar para sua mãe que sim, ela fez um bom trabalho. Sim, ela estava no caminho certo. Sim, ela tem poderes mágicos e uma capacidade que não sei se um dia eu também terei. Será que ela sabe a importância dela? Será que ela sabe o impacto dela? Será?


Porque mães são humanas e precisam de carinho. Precisam de feedback. Precisam de um tapinha nas costas para saber que fizeram tudo certo. E fizeram. E fazem. Porque desde os primórdios, as mães são mães. As mães têm dúvidas, mas as mães sabem. As mães têm medos, mas as mães sentem além dos cinco sentidos. As mães falham, mas na tentativa de acertar. E as mães amam mais do que qualquer texto poderia explicar. Porque as mães são mágicas. E super-heroínas. E humanas. E não sei como elas conseguem. Mas conseguem.


Feliz dia das mães!


nota: texto dedicado inteiramente à minha mãe linda, tão presente na minha vida, inspiração para que eu seja cada vez melhor naquilo que posso ser, musa inspiradora dessas palavras e dona da sopa de legumes que cura qualquer doença.






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